Ei jovem! Você tem se sentido desanimado, como se tudo o que você planeja ou sonha desse errado? Parece que a vida de todos ao seu redor vai bem e só a sua pareceu empacar? Você não está sozinho! A tradução livre do texto “Why Generation Y Yuppies Are Unhappy”, originalmente tirado do site Wait But Why, conta uma história muito peculiar sobre uma garota da Geração Y, chamada Lucy. Qualquer semelhança não é mera coincidência.
Diga oi para Lucy
Lucy é parte da Geração Y, a geração que vai dos últimos anos da década de 70 até o meio dos anos 90.
Eu tenho um termo para as pessoas da Geração Y – eu os chamo de Geração dos Protagonistas & Especiais (Gen Y Protagonists & Special Yuppies), ou GYPSYs. Um GYPSY é um tipo muito particular de pessoa, aquele que pensa que é o personagem principal de uma história muito especial.
Então Lucy está aproveitando sua vida GYPSY, e ela está muito bem sendo Lucy. O único problema é o seguinte:
Lucy é meio infeliz.
Para entendermos o porquê, nós precisamos definir o que faz alguém feliz ou infeliz em primeiro lugar. Isso é exemplificado na seguinte fórmula:
Felicidade = Realidade – Expectativas
É bem simples – quando a realidade da vida de alguém é melhor do que suas expectativas, ele é feliz. Mas quando a realidade é pior que as expectativas, ele é infeliz.
Para contextualizar, vamos começar trazendo os pais de Lucy para a conversa:
Os pais de Lucy nasceram nos anos 50 – Eles são Baby Boomers. E eles foram criados pelos avós de Lucy, membros da geração G.I, ou “A Melhor Geração” (“the Greatest Generation”), que cresceram durante a Segunda Guerra Mundial e a Grande Depressão.
seus moles!
Os avós de Lucy eram obcecados por estabilidade financeira, então eles criaram os filhos para construírem carreiras patriarcais e seguras. Eles queriam que a grama de seus filhos fosse mais verde do que suas próprias, e os pais de Lucy almejaram carreiras prósperas e estáveis para si. Algo assim:
Eles foram ensinados que não havia nada os impedindo de ter essa carreira verde e exuberante, porém isso levaria anos de trabalho duro.
Plano de carreira baby boomer (sucesso x anos de trabalho)
Depois que terminaram a fase hippie, os pais de Lucy embarcaram em suas carreiras. Durante os anos 70, 80 e 90 o mundo entrou numa era de prosperidade econômica sem precedentes. Os pais de Lucy fizeram ainda melhor do que esperavam. Isso fez com que ficassem gratos e otimistas.
Sucesso x Anos de Trabalho = expectativa < realidade
Com uma experiência de vida mais suave e positiva do que a de seus próprios pais, os pais de Lucy a criaram com um senso de otimismo e infindáveis possibilidades. E eles não estavam sozinhos. Baby Boomers do mundo inteiro ensinaram a seus filhos da Geração Y que eles poderiam ser o que quisessem, implantando fundo em seus psicológicos a ideia do protagonista especial.
Isso fez com que os GYPSYs se sentissem tremendamente esperançosos sobre suas carreiras, a ponto de que os ideais de seus pais sobre uma grama verde de segurança e prosperidade não eram o suficiente. O gramado de um GYPSY merece flores.
Isso nos leva ao primeiro fato sobre GYPSYs:
GYPSYs São Extremamente Ambiciosos
Eu poderia ser presidente, mas politica é o verdadeiro chamado do meu coração?
O GYPSY precisa muito mais de uma carreira do que um bom gramado verde de prosperidade e segurança. Enquanto os Baby Boomers queriam viver o Sonho Americano, os GYPSYs querem viver Seu Próprio Sonho Pessoal.
Cal Newport aponta que “siga seu coração” é uma frase de efeito que só se tornou popular nos últimos 20 anos, de acordo com o Google’s Ngram Viwer, uma ferramenta que mostra o quão proeminente uma frase se torna durante qualquer período de tempo. A mesma ferramenta mostra que a frase “carreira segura” ficou no passado, assim como a frase “uma carreira gratificante” ficou na moda.
Carreira Segura
Carreira Gratificante
Para ser mais claro, os GYPSYs querem prosperidade financeira assim como seus pais – mas eles também querem ser felizes na profissão, coisa sobre a qual seus pais não pensavam muito.
Mas há outra coisa também. Enquanto os planos de carreira da Geração Y se tornaram mais particulares e ambiciosos, Lucy recebeu uma segunda mensagem durante sua infância:
Você é especial
Essa é provavelmente uma boa hora para falar sobre o segundo fato sobre GYPSYs:
GYPSYs São Iludidos
“Claro”, Lucy pensa, “todo mundo terá alguma carreira gratificante, mas eu sou incrivelmente maravilhosa, e por isso minha carreira e vida se destacarão da multidão”. Então a geração como um todo tem o sonho de uma carreira florida, e cada um dos GYPSYs pensa que ele ou ela é destinado para uma coisa ainda melhor:
Um unicórnio brilhante em cima do gramado florido.
Carreira da Lucy x Carreira dos outros GYPSY
Então por que isso é ilusão? Porque isso é o que todo GYPSY pensa, o que contraria a definição de especial:
Es-pe-ci-al
Adjetivo
Melhor, muito melhor ou fora do comum.
De acordo com essa definição, a maioria das pessoas não é especial – ou “especial” não significaria nada.
Mesmo assim, o GYPSY lendo isto pensaria “Bom argumento….mas eu realmente sou um dos poucos especiais” – e esse é o problema.
Uma segunda ilusão do GYPSY vem logo quando ele entra para o mercado de trabalho. Enquanto os pais de Lucy esperavam que muitos anos de trabalho duro os levariam para uma grande carreira, Lucy considera que uma grande carreira é um coisa obvia para alguém tão excepcional quanto ela, sendo assim, é só uma questão de tempo e de escolher que caminho percorrer. As suas expectativas de trabalho são mais ou menos assim:
Expectativas do plano de carreira de Lucy: sucesso x tempo= esperar o mundo ver o quão incrível eu sou
Infelizmente, a coisa engraçada sobre o mundo é que ele não é fácil, e a coisa estranha sobre carreiras é que elas costumam ser difíceis. Grandes carreiras costumam levar anos de sangue, suor e lágrimas para serem construídas – até aquelas com flores e unicórnios – e até as pessoas mais bem sucedidas raramente estão fazendo algo sensacional aos 20 anos.
Mas os GYPSYs não vão simplesmente aceitar isso.
Paul Harvey, um professor da Universidade de New Hampshire e expert em GYPSYs, constatou que “A Geração Y tem expectativas irreais e forte resistência a aceitar feedbacks negativos”, e “uma visão inflada de si mesmos.”. Ele diz que uma grande fonte de frustração de pessoas com forte senso de direito são expectativas não alcançadas. Eles frequentemente se sentem no direito de ter um nível de respeito e recompensas que não estão à altura de suas habilidades e esforços, então eles não deverão receber o respeito e recompensas que esperam.
Para os contratadores da Geração Y, Harvey sugere perguntar “Você se sente superior aos seus colegas de trabalho/faculdade etc, se sim, por que?” Ele diz que se “o candidato dizer sim, mas não soube dizer o por quê, provavelmente é um caso de “direito”“. Isso porque as percepções de direito são frequentemente baseadas em um infundado sentimento de superioridade e merecimento. Eles foram levados a acreditar, talvez por causa dos super zelosos exercícios de auto estima durante sua infância, que eles são especiais, mas não há uma justificativa real para acreditarem nisso.
E desde que o mundo real não reconheça o fator mérito, alguns anos após o colégio Lucy se encontra aqui:
Expectativas, frustração e realidade
A extrema ambição de Lucy, combinada com arrogância que vem com a ilusão de seu valor pessoal a deixou com enormes expectativas, até mesmo para os poucos anos em que saiu da escola. E sua realidade é muito diferente de suas expectativas, deixando sua “equação realidade-expectativas” negativa.
E ainda pior: os GYPSYs tem um problema extra que se aplica a toda sua geração:
GYPSYs são provocados
Claro, algumas pessoas da geração dos pais de Lucy acabaram mais bem sucedidos do que eles. E enquanto eles podem ter ouvido falar algo sobre isso, eles não sabem realmente o que se passou na carreira das outras pessoas.
Mas Lucy se vê constantemente atormentada por um fenômeno moderno: o facebook.
Redes sociais criaram um mundo onde A) o que todo mundo está fazendo é importante, B) a maioria das pessoas apresenta uma inflada versão de suas próprias existências, e C) as pessoas gritam sobre sua felicidade na carreira ou relacionamento quando essas estão indo bem, mas os problemas não tendem a parar em seus posts. Isso deixa Lucy pensando, incorretamente, que todo mundo está indo bem, e isso só piora sua situação:
A imagem que os amigos de Lucy projetam x suas realidades, inveja e frustração
Então, é por isso que Lucy é infeliz, ou pelo menos, se sente frustrada e inadequada. Provavelmente, ela iniciou sua carreira muito bem, mas por ela não é o suficiente.
Aqui vai o meu conselho para Lucy:
1) Seja Ambiciosa. O mundo está borbulhando com oportunidades para uma pessoa ambiciosa encontrar sucesso gratificante e florido. A direção certa pode obscura, mas se mostrará sozinha – apenas mergulhe de cabeça.
2) Pare de pensar que você é especial. O fato é, que agora, você não é especial. Você é mais uma pessoa jovem completamente inexperiente que ainda não tem tanto a oferecer. Você pode se tornar alguém especial trabalhando duro por um longo tempo.
3) Ignore os outros. A grama das outras pessoas parecendo mais verde não é nada novo, mas no mundo de criação de imagem pessoal que é hoje, a grama do vizinho pode parecer gloriosa. Mas a verdade é que as outras pessoas são tão indecisas e frustradas quanto você, e se você continuar apenas fazendo as suas coisas nunca terá motivo para invejar os outros.
http://guia.ingresse.com/2014/02/por-que-a-geracao-y-esta-infeliz/
Nenhum comentário:
Postar um comentário